terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O CARPINTEIRO

Um carpinteiro estava para se aposentar. Ele contou a seu chefe os seus planos de largar o serviço de carpintaria e de construção de casas e viver uma vida mais calma com sua família. Claro que ele sentiria falta do pagamento mensal, mas ele necessitava da aposentadoria. O dono da empresa sentiu em saber que perderia um de seus melhores empregados e pediu a ele que construísse uma última casa como um favor especial.
O carpinteiro consentiu, mas com o tempo será fácil ver que seus pensamentos e seu coração não estavam no trabalho. Ele não se empenhou no serviço e se utilizou mão de obra e matérias primas de qualidade inferior. Foi uma maneira lamentável de encerrar sua carreira.
Quando o carpinteiro terminou seu trabalho, o construtor veio inspecionar a casa e entregou a chave da porta ao carpinteiro.
- Essa é a sua casa - ele disse - Meu presente a você.
Que choque! Que vergonha! Se ele soubesse que estava construindo sua própria casa, teria feito completamente diferente, não teria sido tão relaxado. Agora ele teria de morar numa casa feita de qualquer maneira.
Assim acontece conosco. Nós construímos vidas de maneiras distraída, reagindo mais agindo, desejando colocar menos do que o melhor. Nos assuntos importantes nós não empenhamos nosso melhor esforço. Então, em choque, nós olhamos para a situação que criamos e vemos que estamos morando na casa que construímos. Se soubéssemos disso, teríamos feito diferente.
Pense em você como o carpinteiro. Pense sobre sua casa. Cada dia você martela um prego novo, coloca uma armação ou levanta uma parede.
Construa sabiamente. É a única vida que você construirá. Mesmo que você tenha somente mais um dia de vida, este dia merece ser vivido graciosamente e com dignidade. A placa na parede está escrita: "A vida é um projeto de você mesmo" Quem poderia dizer isso mais claramente?
Sua vida de hoje é o resultado de suas atitudes e escolhas feitas no passado. Sua vida de amanhã será o resultado de suas atitudes e escolhas que fizer hoje.

sábado, 14 de novembro de 2009

O EXERCÍCIO DA PACIÊNCIA

Esta é a historia de um menino que tinha um mau caráter. Seu pai lhe deu um saco de pregos e lhe disse que cada vez que perder a paciência, ele deveria pregar um prego atrás da porta.
No primeiro dia, o menino pregou 37 pregos atrás da porta.  As semanas que seguiram, à medida que ele aprendia a controlar seu gênio, pregava cada vez menos pregos atrás da porta. Com o tempo descobriu que era mais fácil controlar seu gênio que pregar pregos atrás da porta.
Chegou o dia em que pode controlar seu caráter durante todo o dia.
Depois de informar a seu pai, este lhe sugeriu que retirasse um prego a cada dia que conseguisse controlar seu caráter. Os dias se passaram e o jovem pode finalmente anunciar a seu pai que não havia mais pregos atrás da porta.
Seu pai o pegou pela mão, o levou até a porta e lhe disse:
- Meu filho, vejo que tens trabalhado duro, mas veja todos estes buracos na porta. Nunca mais será a mesma. Cada vez que tu perdes a paciência, deixa cicatrizes exatamente como as que vêem aqui. Tu podes insultar alguém e retirar o insulto, mas dependendo da maneira como fala poderá ser devastador e a cicatriz ficará para sempre. Uma ofensa verbal pode ser tão daninha como uma ofensa física. Os amigos são jóias preciosas. Nos fazem rir e nos animam a seguir adiante. Nos escutam com atenção e sempre estão prontos a abrir seu coração. 

terça-feira, 13 de outubro de 2009

O FRIO QUE VEIO DE DENTRO

Seis homens ficaram bloqueados numa caverna por uma avalanche de neve.   Teriam que esperar até o amanhecer para poderem receber socorro.
Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam. Se o fogo apagasse - eles o sabiam, todos morreriam de frio antes que o dia clareasse. Chegou à hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a única maneira de poderem sobreviver.
O primeiro homem era um racista. Ele olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele escura. Então ele raciocinou consigo mesmo:
- "Aquele negro! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro”.E guardou-as protegendo-as dos olhares dos demais.
O segundo homem era um rico avarento. Ele estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu um círculo em torno do fogo bruxuleante, um homem da montanha, que trazia sua pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele fez as contas do valor da sua lenha e enquanto mentalmente sonhava com o seu lucro, pensou:
- "Eu, dar a minha lenha para aquecer um preguiçoso?"
O terceiro homem era o negro. Seus olhos faiscavam de ira e ressentimento.  Não havia qualquer sinal de perdão ou mesmo aquela superioridade moral que o sofrimento ensinava. Seu pensamento era muito prático:
- "É bem provável que eu precise desta lenha para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem". E guardou suas lenhas com cuidado.
O quarto homem era o pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve. Ele pensou:
- "Esta nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha”.
O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas. Nem lhe passou pela cabeça oferecer da lenha que carregava.
Ele estava preocupado demais com suas próprias visões (ou alucinações?) para pensar em ser útil.
O último homem trazia nos vincos da testa e nas palmas calosa das mãos, os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido.
- "Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem mesmo o menor dos meus gravetos”.
Com estes pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e finalmente apagou.
Ao alvorecer do dia, quando os homens do Socorro chegaram à caverna encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha.  Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de Socorro disse:
- “O frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro”.

sábado, 12 de setembro de 2009

O GRANDE AXIOMA DA VIDA

Outro dia recebi uma história muito interessante, chamada "O Tesouro de Bresa", onde uma pessoa pobre compra um livro com o segredo de um tesouro. Para descobrir o segredo, a pessoa tem que decifrar todos os idiomas escritos no livro.
Ao estudar e aprender estes idiomas começam a surgir oportunidades na vida do sujeito, e ele lentamente (de forma segura) começa a prosperar.
Depois ele precisa decifrar os cálculos matemáticos do livro. É obrigado a continuar estudando e se desenvolvendo, e a sua prosperidade aumenta. No final da história, não existe tesouro algum - na busca do segredo, a pessoa se desenvolveu tanto que ela mesma passa a ser o tesouro.
O profissional que quiser ter sucesso e prosperidade precisa aprender a trabalhar a si mesmo com muita disciplina e persistência. Vejo com freqüência as pessoas dando um duro danado no trabalho, porque foram preguiçosas demais para darem um duro danado em si mesmas. Os piores são os que acham que podem dar duro de vez em quando. Ou que já deram duro e agora podem se acomodar.
Entenda: o processo de melhoria não deve acabar nunca. A acomodação é o maior inimigo do sucesso! Por isso dizem que a viagem é mais importante que o destino.
O que você é acaba sendo muito mais importante do que o que você tem. A pergunta importante não é "quanto vou ter?", mas sim "no que vou me transformar?" Não é "quanto vou ganhar?", mas sim "quanto vou aprender?". Pense bem e você notará que tudo o que tem é fruto direto da pessoa que você é hoje. Se você não tem o suficiente, ou se acha o mundo injusto, talvez esteja na hora de rever esses conceitos.
O porteiro do meu prédio vem logo à mente. É porteiro desde que o conheço. Passa 8 horas por dia na sua sala, sentado atrás da mesa. Nunca o peguei lendo um livro. Está sempre assistindo à TV, ou reclamando do governo, do salário, do tempo. É um bom porteiro, mas em todos estes anos poderia ter se desenvolvido e hoje ser muito melhor do que é. Continua porteiro, sabendo (e fazendo) exatamente as mesmas coisas que sabia (e fazia) dez anos atrás. Aí reclama que o sindicato não negocia um reajuste maior todos os anos. Nunca consegui fazê-lo entender que as pessoas não merecem ganhar mais só porque o tempo passou.
Ou você aprende e melhora, ou merece continuar recebendo exatamente a mesma coisa. Produz mais, vale mais? Ganha mais. Produz a mesma coisa? Ganha a mesma coisa. É simples. Os rendimentos de uma pessoa raramente excedem seu desenvolvimento pessoal e profissional. Às vezes alguns têm um pouco mais de sorte, mas na média isso é muito raro. É só ver o que acontece com os ganhadores da loteria, astros, atletas. Em poucos anos, muitos acabam perdendo tudo.
Alguém certa vez comentou que se todo o dinheiro do mundo fosse repartido igualmente, em pouco tempo estaria de volta ao bolso de alguns poucos. Porque a verdade é que é difícil receber mais do que se é. Como diz o Jim Rohn, no que ele chama do grande axioma da vida: "Para ter mais amanhã, você precisa ser mais do que é hoje". Esse deveria ser o foco da sua atenção.
Não são precisos saltos revolucionários, nem esforços tremendos repentinos. Melhore 1% todos os dias (o conceito de "kaizen"), em diversas áreas da sua vida, sem parar. Continue, mesmo que os resultados não sejam imediatos e que aparentemente / superficialmente pareça que não está melhorando. Porque existe, de acordo com Rohn, um outro axioma: o de não mudar.
"Se você não mudar quem você é, você continuará tendo o que sempre teve".
(por Raul Candeloro)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

O HOMEM

Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios de minorá-los. Passava dias em seu laboratório em busca de respostas para suas dúvidas.
Certo dia, seu filho de sete anos invadiu o seu santuário decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista nervoso pela interrupção tentou que o filho fosse brincar em outro lugar. Vendo que seria impossível demovê-lo, o pai procurou algo que pudesse ser oferecido ao filho com o objetivo de distrair sua atenção.
De repente deparou-se com o mapa do mundo, o que procurava! Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou ao filho dizendo:
- Você gosta de quebra-cabeças? Então vou lhe dar o mundo para consertar. Aqui está o mundo todo quebrado. Veja se consegue consertá-lo bem direitinho! Faça tudo sozinho.
Calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa.
Algumas horas, depois, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente.
- Pai, pai, já fiz tudo. Consegui terminar todinho!
A princípio o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível na sua idade ter conseguido recompor um mapa que jamais havia visto. Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança. Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível? Como o menino havia sido capaz?
- Você não sabia como era o mundo, meu filho, como conseguiu?
- Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando você me deu o mundo para consertar, eu tentei, mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo. 

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O LENHADOR E A RAPOSA

Existia um lenhador que acordava pela manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha. Esse lenhador tinha um filho lindo de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança. Todos os dias o lenhador ia trabalhar e deixava a raposa cuidando de seu filho. Todas as noites, ao retornar, a raposa ficava feliz com sua chegada.
Os vizinhos do lenhador alertavam que a raposa era um bicho, um animal selvagem e, portanto, não era confiável e que quando ela sentisse fome, comeria a criança.
O lenhador sempre contrariando os vizinhos, falava que isso era uma grande bobagem. A raposa era sua amiga e jamais faria isso. E os vizinhos sempre diziam:
- Lenhador, abra os olhos, a raposa vai comer seu filho. É só sentir fome.
Um dia, o lenhador muito exausto do trabalho e muito cansado, ao chegar em casa viu a raposa sorrindo como sempre e sua boca totalmente ensangüentada. Ele suou frio e, sem pensar duas vezes, acertou o machado na cabeça da raposa, matando-a. Ao entrar no quarto desesperado, encontrou seu filho no berço dormindo tranqüilamente, e ao lado do berço, uma cobra morta.
“Se você confia em alguém, não importa o que os outros pensem a respeito. Siga sempre o seu caminho e não se deixe influenciar, nunca tome decisões precipitadas”.

terça-feira, 9 de junho de 2009

O MILAGRE DA CANÇÃO DE UM IRMÃO

Como qualquer mãe, quando Karen soube que um bebê estava a caminho, fez todo o possível para ajudar o seu outro filho, Michael, com três anos de idade, a se preparar para a chegada. Os exames mostraram que era uma menina, e todos os dias Michael cantava perto da barriga de sua mãe. Ele já amava a sua irmãzinha antes mesmo dela nascer. A gravidez se desenvolveu normalmente.
No tempo certo, vieram as contrações. Primeiro, a cada cinco minutos; depois a cada três; então, a cada minuto uma contração.
Entretanto, surgiram algumas complicações e o trabalho de parto de Karen demorou horas.
Todos discutiam a necessidade provável de uma cesariana. Até que, enfim, depois de muito tempo, a irmãzinha de Michael nasceu. Só que ela estava muito mal. Com a sirene no último volume, a ambulância levou a recém-nascida para a UTI neonatal do Hospital Saint Mary. Os dias passaram. A menininha piorava. O médico disse aos pais: "Preparem-se para o pior. Há poucas esperanças".
Karen e seu marido começaram, então, os preparativos para o funeral. Alguns dias atrás estavam arrumando o quarto para esperar pelo novo bebê. Hoje, os planos eram outros.
Enquanto isso, Michael todos os dias pedia aos pais que o levassem para conhecer a sua irmãzinha. "Eu quero cantar pra ela", ele dizia. A segunda semana de UTI entrou e esperava-se que o bebê não sobrevivesse até o final dela. Michael continuava insistindo com seus pais para que o deixassem cantar para sua irmã, mas crianças não eram permitidas na UTI. Entretanto, Karen decidiu. Ela levaria Michael ao hospital de qualquer jeito. Ele ainda não tinha visto a irmã e, se não fosse hoje, talvez não a visse viva. Ela vestiu Michael com uma roupa um pouco maior, para disfarçar a idade, e rumou para o hospital. A enfermeira não permitiu que ele entrasse e exigiu que ela o retirasse dali. Mas Karen insistiu: "Ele não irá embora até que veja a sua irmãzinha!"
Ela levou Michael até a incubadora. Ele olhou para aquela trouxinha de gente que perdia a batalha pela vida. Depois de alguns segundos olhando, ele começou a cantar, com sua voz pequenininha: "Você é o meu sol, o meu único sol. Você me deixa feliz mesmo quando o céu está escuro..." Nesse momento, o bebê pareceu reagir. A pulsação começou a baixar e se estabilizou. Karen encorajou Michael a continuar cantando. "Você não sabe, querida, quanto eu te amo. Por favor, não leve o meu sol embora..." Enquanto Michael cantava, a respiração difícil do bebe foi se tornando suave. "Continue, querido!", pediu Karen, emocionada.
"Outra noite, querida, eu sonhei que você estava em meus braços..." O bebê começou a relaxar. "Cante mais um pouco, Michael" A enfermeira começou a chorar. "Você é o meu sol, o meu único sol. Você me deixa feliz mesmo quando o céu está escuro... Por favor, não leve o meu sol embora..."
No dia seguinte, a irmã de Michael já tinha se recuperado e em poucos dias foi para casa.
O Woman's Day Magazine chamou essa história de "O milagre da canção de um irmão". Os médicos chamaram simplesmente de milagre. Karen chamou de milagre do amor de Deus.
NUNCA ABANDONE AQUELE QUE VOCÊ AMA. O AMOR É INCRIVELMENTE PODEROSO.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

O PÉ E O PASSO

Um dia desses da criação, um pé percebeu que vivia na mais profunda tristeza. Não havia jeito. Tinha que parar para ver o que vinha acontecendo consigo e com suas relações de pé, já não muito firmes.
Sentia-se uma vítima. Lembrava-se que, durante a sua vida inteira, suportara o peso de um corpo enorme sem o devido reconhecimento.  Lamentava-se também de que o seu próximo mais próximo, o outro pé, era um ingrato e despreocupado colega de caminhos, um falso amigo que nada fazia para que as coisas mudassem.
Já era tempo de fazer alguma coisa.
Colocou-se a postos e, nesse mesmo instante, sentiu-se inseguro, incapaz de dar um passo.
Era um medo pânico, sem palavras, um medo surdo que não o deixava entender mais nada. Um medo cego que o impedia de tudo, menos de sentir muita raiva do outro pé e daquele corpo pesado que ele tinha que carregar. Pelo contrário, a raiva ia aumentando e ele se sentindo cada vez mais rejeitado.  Mas, felizmente, na sua natureza de pé, ele continuava a caminhar para o próximo passo.
Porém, cada vez que ele pensava em dar o passo, um medão tomava conta dele e o deixava como que paralisado. Ficou nesse chove não molha durante algum tempo, até que, num dia desses da recriação, o pé saiu do chão.
Foi como se o chão lhe faltasse; como se todas as suas referências tivessem se perdido. Viu o corpo se entortar todo. No meio do caos dessa hora, sentiu apenas uma felicidadezinha com gosto de vingança: a queda do corpo estava em suas mãos.
Mas estava acontecendo muito mais do que isso. Viu, muito assustado, o mundo todo mudando de lugar. Ele então se sentiu desequilibrado. Mas já não havia mais como voltar atrás; ele agora fazia parte do passo.
Ele agora estava diante do poder de acertar o passo e ficar de pé ou cair fragorosamente. O corpo cairia, mas ele também. Isso, para o nosso amigo pé, era algo novo e mexia com os seus sentimentos.
Seria muito legal continuar com o seu desequilíbrio e derrubar aquele corpo egoísta. Só assim o seu valor seria finalmente reconhecido. Seria legal deixar o outro pé no ar, tão desequilibrado quanto ele; assim, o outro pé sentiria a dor de não ter a certeza de poder estar com os pés no chão.
É. Seria.
Mas também seria desastroso para ele. Para que isso acontecesse, ele precisaria continuar fora do chão até cair no próprio chão com todo o seu fracasso. Seria uma vitória de pé quebrado.
É. Não seria melhor.
O pé primeiro teria que completar o passo.
Nosso amigo pé empenhou-se então na busca do chão.
Cada coisa no seu tempo, cada tempo no seu lugar.
Ele, então, completou o passo.
Foi um passo assustado, um passo tímido, medroso, mas foi um passo.
Ele pode ver o corpo se reequilibrar. Pode ver o outro pé se relaxar.  Sentiu, inexplicavelmente, uma ponta de satisfação.
Descobriu que, sem o seu passo, o corpo não teria como lhe dizer da sua importância.
O nosso amigo pé teve que admitir que não vinha dando muita chance ao corpo pra ele avançar e se reequilibrar.
Depois do passo, o outro pé estava lá, tão firme quanto ele. Tão igual a ele como ele nunca tinha pensado. Ele, então, pode sentir a importância de ser pé, de ficar de pé sem precisar derrubar o outro.
Nesse dia, um dia como tantos outros, o nosso pé pode descansar e deixar que a vida corresse sem embaraços. Agora, ele era outro. Ele agora se sentia maior na sua importância de pé sem raivas e rancores. Ele agora não era o outro pé. Ele agora fazia parte do corpo, fazia parte do movimento, fazia parte do próprio passo.

terça-feira, 7 de abril de 2009

O POÇO E O CAVALO

Um fazendeiro possuía a alguns cavalos para ajudar nos trabalhos em sua pequena fazenda.
Um dia, seu empregado, veio trazer a notícia que um dos seus cavalos havia caído num velho poço abandonado.
O poço era muito profundo e seria extremamente difícil tirar o cavalo de lá.
O fazendeiro foi rapidamente até o local do acidente, avaliou a situação certificando-se de que o animal não havia se machucado. Mas pela dificuldade e alto custo para retirá-lo do fundo do poço, achou que não valia a pena investir na operação de resgate.
Tomou a difícil decisão: determinou ao capataz que sacrificasse o animal jogando terra no poço até enterrá-lo, ali mesmo. E assim foi feito.
Os empregados começaram a lançar terra para dentro do buraco de forma que cobrissem o cavalo. Mas, à medida que a terra ia caindo em seu dorso, o animal sacudia de tal forma que ela ia se acumulando no fundo do poço, possibilitando ao cavalo subir. Logo os homens perceberam que o cavalo não se deixava enterrar, mas, ao contrário, estava subindo à medida que a terra enchia o poço, até finalmente conseguir sair!
“Se você estiver lá embaixo, sentindo-se pouco valorizado ou sentindo que os outros jogam sobre você a terra da incompreensão, da falta de oportunidade e de apoio, lembre-se do cavalo da história. Não aceite a terra que lançam sobre você. Levante a cabeça e suba com as dificuldades. Ter garra significa não desistir, superar. Já imaginou a nossa vida se não tivéssemos dificuldades? Seria monótona, sem graça e sem objetivo. É claro que não queremos dificuldades, mas se isto acontece, levanta-te e cresça com as dificuldades”.

quinta-feira, 5 de março de 2009

O SÁBIO MESTRE

Há muito tempo atrás, havia um mestre que vivia junto com um grande número de discípulos em um templo arruinado. Os discípulos sobreviviam através de esmolas e doações conseguidas numa cidade próxima. Logo, muitos deles começaram a reclamar sobre as péssimas condições em que viviam. Em resposta, o velho mestre disse um dia: "Nós devemos reformar as paredes do templo. Desde que nós somente ocupamos o nosso tempo estudando e meditando, não há tempo para que possamos trabalhar e arrecadar o dinheiro que precisamos. Assim, eu pensei numa solução simples".
Todos os estudantes se reuniam diante do mestre, ansiosos em ouvir suas palavras. O mestre disse: "Cada um de vocês deve ir para a cidade e roubar bens que poderão ser vendidos para a arrecadação de dinheiro. Desta forma, nós seremos capazes de fazer uma boa reforma em nosso templo".
Os estudantes ficaram espantados por este tipo de sugestão vir do sábio mestre.
Mas, desde que todos tinham o maior respeito por ele, não fizeram nenhum protesto.
O mestre disse logo a seguir, de modo bastante severo: "No sentido de não manchar a nossa excelente reputação, por estarmos cometendo atos ilegais e imorais, solicito que cometam o roubo somente quando ninguém estiver olhando. Eu não quero que ninguém seja pego".
Quando o mestre se afastou, os estudantes discutiram o plano entre eles.  "É errado roubar", disse um deles, "Por que nosso mestre nos solicitou para cometermos este ato?". Outro respondeu em seguida, "Isto permitirá que possamos reformar o nosso templo, na qual é uma boa causa". Assim, todos concordaram que o mestre era sábio e justo e deveria ter uma razão para fazer tal tipo de requisição. Logo, partiram em direção a cidade, prometendo coletivamente que eles não seriam pegos, para não causarem a desgraça para o templo. "Sejam cuidadosos e não deixe que ninguém os veja roubando", incentivavam uns aos outros.
Todos os estudantes, com exceção de um, foram para a cidade. O sábio mestre se aproximou dele e perguntou-lhe: "Por que você ficou para trás?".
O garoto respondeu: "Eu não posso seguir as suas instruções para roubar onde ninguém esteja me vendo. Não importa aonde eu vá, eu sempre estarei olhando para mim mesmo. Meus próprios olhos irão me ver roubando". O sábio mestre abraçou o garoto com um sorriso de alegria e disse: "Eu somente estava testando a integridade dos meus estudantes e você é o único que passou no teste!"
Após muitos anos, o garoto se tornou um grande mestre. 

domingo, 15 de fevereiro de 2009

PESSOAS SÃO UM PRESENTE

Vamos falar de gente, de pessoas.
Existe, acaso, algo mais espetacular do que gente?
Pessoas são um presente...
Algumas vêm em embrulho bonito, ou em embalagem comum.
E há as que ficaram machucadas no correio...
Eventualmente chega uma registrada. São os presentes valiosos.
Algumas pessoas trazem invólucros fáceis. De outras, é dificílimo, quase impossível tirar a embalagem. É fita durex que não acaba mais...
Mas... A embalagem não é o presente. E tantas pessoas se enganam, confundindo a embalagem com o presente.
Por que será que alguns presentes são tão complicados para a gente abrir?
Talvez porque dentro da bonita embalagem haja muito pouco valor.
A decepção seria grande.
Somos presente um para o outro. Você para mim, eu para você.
Triste, se formos apenas um presente-embalagem: muito bem empacotados e quase sem nada lá dentro!
Quando existe o verdadeiro ENCONTRO COM ALGUÉM, deixamos de ser mera embalagem e passamos à categoria de reais presentes. Nos verdadeiros encontros, acontece alguma coisa muito comovente e essencial: mutuamente nós vamos desembrulhando, desempacotando, revelando.
Essa alegria profunda que nasce do recôndito de uma alma, quando duas pessoas se encontram, se comunicam, virando presente uma para outra.
Conteúdo interno é o segredo para quem deseja tornar-se presente e não apenas embalagem...
“A VERDADEIRA ALEGRIA QUE A GENTE SENTE E NÃO CONSEGUE DESCREVER, SÓ NASCE NO VERDADEIRO ENCONTRO COM ALGUÉM...”

sábado, 14 de fevereiro de 2009

AS COISAS BOAS QUE TEMOS

Certa vez o dono de um pequeno sítio, amigo do grande poeta Olavo Bilac abordou-o na rua e lhe pediu:
- Sr. Bilac, estou precisando vender o meu sítio que o senhor tão bem conhece, pois já me aborreci com as terras. Será que o senhor poderia redigir o anúncio para o jornal?
Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu: "Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortado por cristalinas e manejantes águas de um ribeirão. A casa banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranqüila das tardes na varanda".
Meses depois o poeta encontrou o homem e perguntou-lhe se havia vendido o sítio.
- Nem pense nisso! - disse o homem. - Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha.
As vezes não descobrimos as coisas que temos conosco e vamos longe atrás da miragem de falsos tesouros. Valorize o que você tem, os amigos que estão perto de você, o trabalho que Deus lhe deu, o conhecimento que você adquiriu, a sua saúde, o abraço de seus pais, o sorriso do seu filho. Esses são os verdadeiros tesouros!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

PARA QUE SERVE UMA RELAÇÃO?

Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela.
Para ter sexo sem "não-me-toques" ou para cair no sono logo após o jantar. Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas.
Para ter alguém que instale o som novo enquanto você prepara uma omelete.
Para ter alguém com quem viajar para um país distante. Para ter alguém com quem ficar em silêncio sem que nenhum dos dois se incomode com isso.
Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada e bonita a seu modo. Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações. Para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.
Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem o corpo um do outro quando o cobertor cair. Uma relação tem que servir para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois.

sábado, 31 de janeiro de 2009

ATITUDE É TUDO

Jerry é o tipo de cara que você adora odiar. Ele estava sempre de bom humor e tinha sempre algo de positivo para dizer. Quando alguém lhe perguntava como ele estava, ouvia a resposta: "Melhor, impossível!"
Ele era um gerente único, porque tinha vários garçons que o seguiam de restaurante para restaurante. A razão porque eles o seguiam era devido a sua atitude. Ele era um motivador natural. Se algum funcionário estava num mau dia, lá estava Jerry dizendo para ele o lado positivo da situação.
Ver este estilo realmente me deixou curioso, então, um dia fui até ele e perguntei: “Eu não entendo, você não pode ser otimista o tempo todo. Como você consegue?". Ele respondeu: “A cada manhã eu acordo e digo para mim mesmo: Jerry, você tem duas escolhas hoje: você pode escolher estar de bom humor ou pode escolher estar de mau humor. Eu escolho estar de bom humor. E cada vez que algo de ruim acontece, eu posso escolher ser uma vítima ou eu posso escolher aprender com a situação. Eu escolho aprender. Todas as vezes que alguém me vem com reclamações, eu posso escolher aceitar as reclamações ou eu posso apontar o lado positivo da vida. Eu escolho o lado positivo da vida”.
"É, tudo bem, mas não é tão fácil", eu protestei.
"Sim, é", disse Jerry. “A vida se refere a escolhas. Quando você descarta o superficial, toda situação é uma escolha. Você escolhe como reagir à situação. Você escolhe como as pessoas vão afetar o seu humor. Você escolhe estar de bom ou mau humor. Em conclusão: é uma escolha sua, como você vive a vida”.
Eu refleti sobre o que Jerry me disse. Pouco tempo depois, eu deixei o ramo de restaurante para começar o meu próprio negócio.
Nós perdemos contato, mas freqüentemente pensava nele, quando eu fazia uma escolha sobre a vida, ao invés de simplesmente reagir impulsivamente.
Muitos anos depois, eu soube que Jerry havia feito algo que você nunca poderia fazer no ramo de restaurantes: ele deixou a porta dos fundos aberta. Pela manhã, ele estava cercado por três assaltantes armados e enquanto ele tentava abrir o cofre, suas mãos, tremendo pelo nervosismo, erraram a combinação. Os assaltantes ficaram em pânico e atiraram nele.
Por sorte, Jerry foi encontrado logo e levado para o hospital. Após 18 horas de cirurgia e semanas na UTI, Jerry teve alta do hospital, mas com alguns fragmentos de bala em seu corpo.
Eu encontrei Jerry após seis meses do acidente. Quando eu lhe perguntei como ele estava, ouvi a resposta: "Melhor impossível, quer ver as cicatrizes?"
Não quis ver seus ferimentos, mas perguntei o que havia lhe passado pela cabeça quando os assaltantes apareceram.
"A primeira coisa que me veio à cabeça foi que eu deveria ter trancado a porta dos fundos", ele respondeu, "então, quando estava no chão, eu me lembrei que eu tinha duas escolhas: eu poderia viver, ou poderia morrer. Eu escolhi viver".
"Você não ficou com medo? Você perdeu a consciência?", perguntei. Jerry continuou: “Os paramédicos foram ótimos. Eles me diziam que eu ia ficar bem. Mas quando eles me levaram para a sala de emergência e eu via a expressão dos médicos e enfermeiras, eu fiquei com muito medo. Nos olhos deles eu podia ler, ‘esse é um homem morto’, assim, eu soube que eu precisava reagir".
"O que você fez?", perguntei.
"Bem, havia uma enfermeira grandona, robusta, me fazendo perguntas. Ela me perguntou se eu era alérgico a alguma coisa. Eu disse que sim. Os médicos e enfermeiras pararam tudo e esperaram a minha resposta. Eu respirei fundo e gritei: Balas! Em meio às gargalhadas, eu gritei que estava escolhendo viver e que devia ser tratado como se eu estivesse vivo, não morto".
Jerry viveu graças às habilidades dos médicos, mas também por causa da sua surpreendente atitude. Eu aprendi com ele que todos os dias, nós temos a escolha de viver plenamente.
Enfim, atitude é tudo!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

ATALHOS EM NOSSAS VIDAS

Dois jovens recém-casados, eram muito pobres e viviam de favor num sítio no interior.
Um dia o marido fez a seguinte proposta a esposa:
- Querida, eu vou sair de casa, vou viajar para bem longe, arrumar um emprego e trabalhar até ter condições para voltar e dar-te uma vida mais digna e confortável. Não sei quanto tempo eu vou ficar longe, só peço uma coisa, que você me espere, e enquanto estiver fora, seja fiel a mim, pois eu serei fiel a você.
Assim sendo, o jovem saiu, andou muitos dias a pé, até que encontrou um fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudá-lo em sua fazenda. O jovem chegou e ofereceu-se para trabalhar, no que foi aceito.
Pediu para fazer um pacto com o patrão, o que também foi aceito.
O pacto foi o seguinte:
- Me deixe trabalhar pelo tempo que eu quiser e quando eu achar que devo ir, o senhor me dispensa das minhas obrigações. Eu não quero receber meu salário. Peço que o senhor o coloque na poupança até o dia em que eu for embora. No dia em que eu sair o senhor me dá o dinheiro e eu sigo o meu caminho.
Tudo combinado. Aquele jovem trabalhou durante 20 anos, sem férias e sem descanso.
Depois de 20 anos ele chegou para o patrão e disse:
- Patrão, eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando para minha casa. O patrão então lhe respondeu:
- Tudo bem, afinal fizemos um pacto e vou cumpri-lo, só que antes, quero lhe fazer uma proposta, tudo bem? Eu lhe dou todo o seu dinheiro e você vai embora ou lhe dou três conselhos e não lhe dou o dinheiro. Vá para o seu quarto, pense e depois me de a resposta.
Ele pensou durante dois dias, procurou o patrão e disse-lhe:
- Quero os três conselhos.
O patrão novamente frisou:
- Se lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro.
E o empregado respondeu:
- Quero os conselhos.
O patrão então lhe falou:
- 1º Nunca tome atalhos em sua vida, caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida; 2º Nunca seja curioso para aquilo que é mal, pois a curiosidade para mal pode ser fatal; 3º Nunca tome decisões em momentos de ódio ou de dor, pois você pode se arrepender e ser tarde demais.
Após dar os conselhos o patrão disse ao rapaz, que já não era tão jovem assim:
- Aqui você tem três pães, dois para você comer durante a viagem e o terceiro é para comer com sua esposa quando chegar em sua casa.
O homem então seguiu seu caminho de volta, depois de 20 anos longe de casa e da esposa que tanto amava. Após o 1º dia de viagem encontrou um andarilho que o cumprimentou e lhe perguntou:
- Pra onde você vai?
Ele respondeu:
- Vou para um lugar muito longe que fica a mais de 20 dias de caminhada pôr esta estrada.
O andarilho disse-lhe então:
- Rapaz, este caminho é muito longo, eu conheço um atalho que é ‘dez’ e você chega em poucos dias.
O rapaz contente começou a seguir pelo atalho, quando se lembrou do 1º conselho, então voltou e seguiu o caminho normal. Dias depois soube que o atalho levava a uma emboscada. Depois de alguns dias de viagem, cansado ao extremo, achou uma pensão à beira da estrada, onde pode hospedar-se. Pagou a diária e após tomar um banho deitou-se para dormir. De madrugada, acordou assustado com um grito estarrecedor. Levantou-se, de um salto só e dirigiu-se a porta para ir até o local do grito. Quando esta abrindo a porta lembrou-se do 2º conselho. Voltou, deitou-se e dormiu. Ao amanhecer, após tomar o café, o dono da hospedagem lhe perguntou se ele não havia ouvido um grito e ele disse que tinha ouvido.
O hospedeiro disse:
- E você não ficou curioso? - Ele disse que não.
O hospedeiro respondeu:
- Você é o primeiro hospede a sair vivo daqui, pois meu filho tem crises de loucura, grita durante a noite e quando o hospede sai, mata-o e enterra-o no quintal.
O rapaz prosseguiu na sua longa jornada, ansioso pôr chegar a sua casa.  Depois de muitos dias e noites de caminhada... Já no entardecer, viu entre as arvores a fumaça de sua casinha, andou e logo viu entre os arbustos a silhueta de sua esposa. Estava anoitecendo, mas ele pode ver que ela não estava só. Andou mais um pouco e viu que ela tinha entre os braços um homem, que a estava acariciando os cabelos. Quando viu aquela cena, seu coração se encheu de ódio e amargura e decidiu-se a correr de encontro aos dois e matá-lo sem piedade. Respirou fundo, apressou os passos, quando se lembrou do 3º conselho. Então parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo e no dia seguinte tomar uma decisão.
Ao amanhecer, já com a cabeça fria ele disse:
- Não vou matar minha esposa e nem seu amante. Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele me aceite de volta. Só que antes quero dizer a minha esposa que eu sempre fui fiel a ela.
Dirigiu-se a porta da casa e bateu. Quando a esposa abre a porta e o reconhece, se atira ao seu pescoço e o abraça afetuosamente. Ele tenta afastá-la, mas não consegue. Então, com lágrimas nos olhos, lhe diz:
- Eu fui fiel a você e você me traiu.
Ela espantada responde:
- Como? Eu nunca te traí, te espero durante esses 20 anos.
Ele então lhe perguntou:
- E aquele homem que você estava acariciando ontem ao entardecer?
Ela lhe disse:
- Aquele homem é nosso filho. Quando você foi embora descobri que estava grávida. Hoje ele está com 20 anos de idade.
Então o marido entrou, conheceu, abraçou seu filho e contou-lhes toda a sua história, enquanto a esposa preparava o café. Sentaram-se para tomá-lo e comer juntos o último pão. Após a doação de agradecimento, com lágrimas de emoção, ele parte o pão e ao abri-lo, encontra todo o seu dinheiro, o pacto pôr seus 20 anos de dedicação.
“Muitas vezes achamos que o atalho ‘queima etapas’ e nos faz chegar mais rápido, o que nem sempre é verdade...
Muitas vezes somos curiosos, queremos saber das coisas que nem ao menos nos dizem respeito e que nada de bom nos acrescentará...
Outras vezes agimos pôr impulso, na hora da raiva e fatalmente nos arrependemos depois...
Espero que você, assim como eu, não esqueça desses três conselhos e não esqueça também de confiar, mesmo que a vida muitas vezes já tenha lhe dado motivo para a desconfiança”.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

AS PEDRAS GRANDES E O VASO

Um professor de ciências de um colégio queria demonstrar um conceito aos seus alunos. Ele pegou um vaso de boca larga e colocou algumas pedras grandes dentro. Então perguntou a classe:
- Está cheio?
Unanimemente responderam:
- Sim.
O professor então pegou um balde de pedregulhos e virou dentro do vaso. Os pequenos pedregulhos se alojaram nos espaços entre as rochas grandes. Então perguntou aos alunos:
- E agora, está cheio?
Desta vez alguns estavam hesitantes, mas a maioria respondeu:
- Sim.
O professor então levantou uma lata de areia e começou a derramar areia dentro do vaso. A areia então preencheu os espaços entre os pedregulhos. Pela terceira vez o professor perguntou:
- Então, está cheio?
Agora a maioria dos alunos estava receosa, mas novamente muitos responderam:
- Sim.
O professor então mandou buscar um jarro de água e jogou-a dentro do vaso. A água saturou a areia. Neste ponto, o professor perguntou para a classe:
- Qual o objetivo desta demonstração?
Um jovem e brilhante aluno levantou a mão e respondeu:
- Não importa quanto à “agenda” da vida de alguém esteja cheia, ele sempre conseguirá “espremer” dentro mais coisas.
- Não - respondeu o professor - o ponto é o seguinte: “A menos que você coloque as pedras grandes em primeiro lugar dentro do vaso, nunca mais as conseguirá colocar lá dentro. As pedras grandes são as coisas importantes de sua vida: sua espiritualidade, sua família, namorados, seus amigos, seu crescimento pessoal e profissional. Se você preencher sua vida somente com coisas pequenas, como demonstrei com os pedregulhos, com a areia e a água, as coisas realmente importantes nunca terão tempo, nem espaço em suas vidas”.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

AS MULHERES DE WEINSBERG

Um dia, o imperador alemão conduziu suas tropas a Weinsberg e tentou capturar a cidade. Entretanto, ele não podia romper as fortes muralhas que a cercavam. Assim, decidiu empregar uma hábil táctica psicológica. Ele prometeu livre passagem às mulheres e crianças, desmoralizando, com isso os homens que lá permacessem, abrindo caminho para uma vitória fácil de suas tropas.
Quando as mulheres apareceram por trás dos portões da cidade, marcharam até o imperador e imploraram-lhe por misericórdia, dizendo que possivelmente não poderiam sobreviver se deixassem à cidade sem dinheiro e somente com as roupas do corpo. Isso pareceu uma solicitação suficientemente razoável ao imperador, assim ele deu permissão às mulheres para levarem quaisquer posses que pudessem carregar em suas costas. As mulheres retornaram à cidade. Então, quando chegou à hora marcada, com o quê elas surgiram nas costas? Com seus maridos! A fim de salvar seus amados e sua querida cidade, elas evidenciaram a sabedoria e então colocaram corajosamente seu plano em ação. Longe de conformarem-se passivamente com o destino, essas mulheres aturdiram seus oponentes com audácia.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

AS FERRAMENTAS

Contam que numa marcenaria, houve uma estranha assembléia. Foi uma reunião de ferramentas para acertar suas diferenças. O martelo exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria que renunciar.
A causa? Fazia demasiado barulho e, além do mais, passava todo o tempo golpeando. O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo. Diante do ataque, o parafuso concordou, mas por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos. A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse também o metro, que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fosse o único perfeito. Nesse momento entrou o marceneiro, juntou o material e iniciou o seu trabalho. Utilizou a lixa, o martelo, o metro e o parafuso. Finalmente a rústica madeira se converteu num fino móvel. Quando a marcenaria ficou novamente só, a assembléia reativou a discussão. Foi então que o serrote tomou a palavra e disse:
“Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o marceneiro trabalha com nossas qualidades, com nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos em nossos pontos fracos, e concentremo-nos em nossos pontos fortes”.
A assembléia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar e afinar as asperezas, e o metro era preciso e exato.
Sentiram-se então como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram alegria pela oportunidade de poderem trabalhar juntos.
Ocorre o mesmo com os seres humanos. Basta observar e comprovar. Quando uma pessoa busca defeitos em outra, a situação torna-se tensa e negativa. Ao contrário, quando se busca com sinceridade o ponto forte dos outros, florescem as melhores conquistas humanas.
É fácil encontrar defeitos. Qualquer um pode fazê-lo. Mas encontrar qualidades, isto é para os sábios.  

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

APROVEITE O MOMENTO

Eu tenho uma amiga que vive baseada em uma filosofia de três palavras: Aproveite o momento.
Exatamente por isso, ela me parece ser a mulher mais sábia neste planeta.
Muitas pessoas adiam algo que lhes traz alegria só porque não pensaram sobre isto, ou não tem vaga em sua agenda, ou não sabem o que vem pela frente ou são muito rígidas para sair da rotina.
Outro dia eu estava pensando sobre todas aquelas mulheres no Titanic, que privaram-se da sobremesa no jantar naquela noite fatal num esforço para manter a silhueta. Parece meio besta, mas pense bem. Daí em diante eu tentei ser um pouco mais flexível.
Quantas mulheres por aí comerão em casa porque quando seu marido convidou para jantar já tinha algo descongelado? Quantas vezes você tinha suas crianças prontas para brincar e conversar e você ficou em silêncio assistindo aquele programa na televisão?
Foram inúmeras às vezes em que eu liguei para minha irmã e disse:
- Que tal irmos almoçar daqui a meia hora?
Ela ofegava e gaguejava um:
- Eu não posso.
Sempre completado com um:
- Preciso lavar a cabeça.
- Você devia ter me avisado ontem.
- Eu tomei o café da manhã muito tarde.
- Parece que vai chover.
E o meu favorito:
- Hoje é segunda-feira.
Ela morreu alguns anos atrás. E nós nunca almoçamos juntas.
Parece que nós programamos até o horário da dor de cabeça. Nós vivemos com uma lista de promessas que fazemos para nós mesmos para quando as condições forem perfeitas: Visitarei meus avós... Quando conseguirmos reformar o banheiro; Faremos uma festa... Quando substituirmos o tapete; Sairemos em uma segunda lua de mel... Quando as crianças se formarem.
A vida tem um jeito mais acelerado quando vamos ficando mais velhos. Os dias ficam menores e a lista de promessas para nós mesmos vai ficando cada vez mais longa. Uma manhã a gente acorda e tudo o que temos para mostrar de nossas vidas é uma ladainha de "estou indo", "estou planejando" e "algum dia, quando as coisas estiverem ajeitadas".
Quando alguém convida minha amiga "aproveite o momento", ela está sempre aberta a aventuras e disponível para viagens. Ela mantém a mente aberta para novas idéias. Seu entusiasmo pela vida é contagioso.
Meus lábios não tocavam em um sorvete há 10 anos. E eu adoro sorvete. Noutro dia, eu parei o carro e comprei um cascão triplo. Se meu carro batesse em um iceberg a caminho casa, eu teria morrido feliz.
Agora, vá em frente e tenha um bom dia. Faça algo que você QUER fazer e não apenas algo que DEVIA ESTAR NA LISTA.