terça-feira, 1 de janeiro de 2008

A COBRA

No vedas, narra-se uma história sobre uma cobra que estava aterrorizando uma cidade. Ela picava e matava as pessoas.
Certo sábio veio á cidade, pregando a filosofia do amor e da compreensão espiritual. Por acaso, a cobra ouviu uma de suas palestras e, comovida, resolveu pôr em prática os seus ensinamentos. Teve uma espécie de ruptura com os antigos hábitos, fez o juramento de nunca mias ser má ou picar as pessoas. Durante cerca de um mês mais ou menos, teve um comportamento de santa. Enquanto isso, o sábio deixou a cidade e prosseguiu seu roteiro de viagem. Ocasionalmente, retornou à cidade em que a cobra vivia. Encontrou-se com ela outra vez, mas a cobra poderosa de antes era agora apenas um trapo – espezinhada, abatida, jogada de um lado para outro e explorada por todos. Ela foi ao encontro do sábio e lhe disse:
- Quero meu dinheiro de volta. Tentei a sua filosofia do amor e da compreensão espiritual, e veja como fiquei. Agora eu deveria estar iluminada, mas olhe para mim, estou quase morta.
O sábio respondeu sucintamente:
- Eu nunca lhe disse para deixar o seu silvo.

Alguns podem achar que ser espiritual, iluminado ou místico significa jamais ficar zangado: "Meditei duas vezes por dia, portanto não devo ser uma pessoa irada". Mas lembre-se, você tem o direito de protestar. O silvo é saudável quando algo ameaça ultrapassar os seus limites, postando-se no caminho do seu desenvolvimento ou impedindo que se avance. Caso contrário, pode-se terminar como a cobra abatida.
Preciosa colaboração de Mari Inada madahh@uol.com.br

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